domingo, 12 de junho de 2011

A garota do ônibus

  Foi numa sexta feira, eu ia resolver alguns problemas, peguei o ônibus meio desanimado imaginando a irritação que passaria diante das burocracias muitas vezes exageradas. Foi quando num ponto qualquer, entrou no ônibus uma garota aparentemente séria e por sorte minha sentou-se ao meu lado.
 Ela era diferente, uma beleza que chamava atenção: Morena, alta, cabelo castanho claro, pernas lindamente torneadas, usava um óculos de grau que escondia a beleza de seus olhos mas que não os ofuscava, o jeito como mexia suas mãos e como balançava seus cabelos parecia parar o tempo, ela era linda se a observassem bem.
 Eu sentado do lado da janela não conseguia disfarçar, olhava-a a todo instante procurando em minha mente que outrora tão criativa, algo para falar. Foi então que passamos em frente a uma loja, onde tinha travestis que ficavam em microfones cantando, contando piada, dançando afim de chamar clientes. Ela olhou para o lado onde eu estava e riu de um deles dançando, era a oportunidade perfeita, mas fiquei tão hipnotizado com aquele sorriso que é sem dúvida  a coisa mais linda que já vi e só fiz rir também. Ela tirou os óculos para limpar o lacrimejo, e eu fixei meu olhar no dela, enquanto limpava os óculos na blusa me olhava e eu não conseguia nem mesmo mexer um membro. A garota me deixava como um menino tolo em seu primeiro amor, sem saber o que falar e fazer. Voltamos nossos olhares a frente, quando ela delicadamente pôs suas mãos nas pernas e eu as toquei levemente, fui surpreendido com um sorriso nos lábios e um brilho nos olhos. Muito envergonhado virei-me para a janela e olhei por alguns instantes a rua, quando voltei já não tinha mais ninguém do meu lado. Procurei-a ao redor e nada, levantei e a vi do lado de fora me dando um adeus. Não sai do ônibus, não falei nada, não fiz nada, simplesmente a deixei ir sem saber sequer seu nome.

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