terça-feira, 27 de julho de 2010

O conto do Jeca

Sô!
Pense numa minina bunita?
Era Frô!
Seus zóins sempre alegres
O andar todo chêi di charmi
Quando conheci Frô,
era uma noiti muito fria, meus dedo
quase que cungeleva.
Ela tava todinha di preto, e um óiar
tristonhu...
Fui me aprochegando, e Frô me sorriu
Eu muito que num intendi, purque que essa moça me sorriu
Nem mi conhecia!
Só sei que meu coração abalado ficou.
É verdadi, que quandu começamos a nus ingraçá
Eu era muito du poético...
Mas cê sabe, né? Vai passandu
os tempo, e agenti se custuma cum a pessoa.
Eu bem que pensava, qui ia ter Frô pra sempri,
num era mais poético, e dexava sempri ela pra dipois.
Ô si eu pudesse vortar no tempo, e dá todo
carinho que Frô miricia, muié mar dedicada qui ela...
Num há de existi!
Eu fazia ela chorá, mais que sorri
Um dia cansada do trabaio, passô lá em casa
Brigamu e coloquei ela pra fora.
Nunca mas vi Frô!
Uns dize que ela fugiu, otrus qui ela morreu, otrus nunca ouviru falá...
Má eu acabei pur discubri que ela nunca ixistiu,
era só mais uma lição...
Qui a vida acabava de me ensiná.

4 comentários:

  1. que maneiroo =)
    mo ensinamento de vida
    e gostei do regionalismo no poema
    haha

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  2. Leve, intenso e penetrante...
    Uma sutileza que nos provoca uma reflexão profunda sobre como se tratar quem se ama...
    Lindo.
    :D

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  3. O infriliz só deu való adipois de perdé! Um abraço ben forti procê, viu!

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